Memórias Poéticas uma imersão na cidade borracha

Nossa viagem de imersão e pesquisa é em Guajará-Mirim, a pérola do Mamoré.


Em maio de 2008, na cidade do Rio de Janeiro, Guajará-Mirim recebeu o título de "Cidade Verde", outorgado pelo Instituto Ambiental Biosfera, em razão de seu mosaico de áreas protegidas, que fazem, da cidade, um dos maiores municípios brasileiros em termos de áreas preservadas. Outras 29 cidades brasileiras também receberam o prestigiado prêmio.



A Cidade abriga ainda os bravos remanescentes soldados da borracha, protagonistas de uma história digna de filme: em 1942,  o presidente Getúlio Vargas comprometeu-se com os Estados Unidos a fornecer 45 mil toneladas de látex extraído das seringueiras da Amazônia. Eles se destinariam à confecção artefatos para a participação na Segunda Grande Guerra como botas e pneus. Após o ‘Tratado de Petrópolis’, que deu origem à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, muitos brasileiros, empolgados pelo ‘segundo ciclo da borracha’, e com a promessa da Era Vargas do grande progresso a ser vivido pela Região Amazônica alistaram-se para se a extração da borracha. Nordestinos, a maior parte do Ceará aceitaram a proposta de ajudar o Brasil (e os Estados Unidos) no combate às tropas nazistas, mudaram-se para o então ex-território de Rondônia.

O ciclo da borracha no Vale do Guaporé é marcado pelas mazelas enfrentadas pelos soldados, como a pobreza, doenças, mortes e esquecimento que somaram às injustiças que os ‘soldados’ continuam sofrendo até hoje. A cidade de Guajará-Mirim, que faz fronteira com a Bolívia foi um entreposto importante para a chegada e saída de mercadorias, embarcações e trabalhadores. Era um ponto estratégico e fundamental para o transporte, pois com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré era o ponto final e fundamental para levar a produção para Porto Velho e de lá pra o mundo.

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