Ida à Guajará-Mirim mais uma experiência com um universo de
informações. Ansiedade pra saber mais um pouco das histórias do povo de cá. A
música serve de distração do translado. Aproveitar as pausas para
perceber/reconhecer a beleza da natureza. O Rio que todo o ano vem para mostrar
sua força. A cheia.
A cidade
O idioma espanhol já está
entranhado no corpo Guajará-mirense. Impossível ir para Guajará e não aprender
uma palavra em espanhol. A miscigenação é forte. Alguns prédios históricos abandonados,
o verde e a água é quem são guardiãs desses lugares esquecidos. Foram tantos
ciclos que as pessoas acabam se esquecendo que pertencem à aquela cidade.
Ciclos agressivos que passam BORRACHA na memória das pessoas.
O Rio Guaporé barrento, dançante,
carregado de memórias.
O porto que tudo importa. Momento
de encontrar corpos, sonoridades diferentes. O pássaro que nos acompanha
durante a travessia para Bolívia. São
momentos que até agora reverberam em mim. Um misto de cultura.
Quando você está envolvida numa
obra, numa pesquisa, tudo vira inspiração. Tudo remete ao texto, à cena. O
corpo reage. Zona de desconforto. A cada freada brusca, instantaneamente vem a
cena do seringueiro caindo ao rio, com as mãos atadas e tentando segurar a
vegetação com os pés.
Energias boas e ruins. Calafrios.
Todas essas sensações dentro de um só lugar. Uma construção erguida por sangue,
lágrimas, desigualdade...
Dentro da mata, outras
energias...
A mãe da mata conhece cada um, a
intenção das pessoas que entram pra explorar. Ao entrar sem permissão, a
pressão baixa, um pouco tonta, até compreender a dimensão do lugar, a história
tão pouco contada. Instabilidade à estabilidade. Experiência esplendorosa.
Energia que reverbera ao corpo. Conexão. A contemplação e percepção dos astros
iluminados: o pôr do sol e a lua que míngua.
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