Memórias Poéticas descobrindo a Cidade da Borracha III



Viagem para Guajará-Mirim por Flávia Diniz



Ida à Guajará-Mirim mais uma experiência com um universo de informações. Ansiedade pra saber mais um pouco das histórias do povo de cá. A música serve de distração do translado. Aproveitar as pausas para perceber/reconhecer a beleza da natureza. O Rio que todo o ano vem para mostrar sua força. A cheia.


 A cidade

O idioma espanhol já está entranhado no corpo Guajará-mirense. Impossível ir para Guajará e não aprender uma palavra em espanhol. A miscigenação é forte. Alguns prédios históricos abandonados, o verde e a água é quem são guardiãs desses lugares esquecidos. Foram tantos ciclos que as pessoas acabam se esquecendo que pertencem à aquela cidade. Ciclos agressivos que passam BORRACHA na memória das pessoas.




O Rio Guaporé barrento, dançante, carregado de memórias.

O porto que tudo importa. Momento de encontrar corpos, sonoridades diferentes. O pássaro que nos acompanha durante a  travessia para Bolívia. São momentos que até agora reverberam em mim. Um misto de cultura.
Quando você está envolvida numa obra, numa pesquisa, tudo vira inspiração. Tudo remete ao texto, à cena. O corpo reage. Zona de desconforto. A cada freada brusca, instantaneamente vem a cena do seringueiro caindo ao rio, com as mãos atadas e tentando segurar a vegetação com os pés.
Energias boas e ruins. Calafrios. Todas essas sensações dentro de um só lugar. Uma construção erguida por sangue, lágrimas, desigualdade...
Dentro da mata, outras energias...
A mãe da mata conhece cada um, a intenção das pessoas que entram pra explorar. Ao entrar sem permissão, a pressão baixa, um pouco tonta, até compreender a dimensão do lugar, a história tão pouco contada. Instabilidade à estabilidade. Experiência esplendorosa. Energia que reverbera ao corpo. Conexão. A contemplação e percepção dos astros iluminados: o pôr do sol e a lua que míngua.


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